terça-feira, 27 de setembro de 2005

Uma lição de democracia

A lista independente “União pela Ribeira“, tem apresentado um conjunto de propostas ao eleitorado da freguesia, bem como tecido algumas críticas, ao modo como a junta tem gerido os destinos desta terra , ao longo dos últimos quatro anos .
Como foi referido na apresentação pública dos candidatos, a Ribeira, passados anos e vários presidentes de junta, na sua maioria do PS, continua com carências básicas, como sejam as vias de comunicação, semelhantes às verificadas no período do “Estado Novo”.
Nos dias de hoje, todos os lugares da freguesia deveriam ter caminhos que permitissem o acesso a uma ambulância , ou a um auto-tanque dos bombeiros. Mas na realidade não é isso que se verifica, apesar de ter sido uma promessa da actual junta em 2001.
É importante que todas as pessoas que vivem nesses lugares, antes de decidir o sentido do seu voto, pensem realmente na possibilidade de um dia terem necessidade que os bombeiros lhes prestem socorro .
- Como, se os caminhos não permitem o acesso desses meios ? .
Na minha opinião, nas eleições autárquicas, não se deve colocar o interesse partidário ou a ideologia politica à frente dos interesses da terra ou da freguesia .
Devemos, isso sim, procurar eleger aqueles que se apresentam com as melhores ideias, com projectos credíveis e apoios consistentes, que permitam canalizar para a freguesia as verbas necessárias ao financiamento desses mesmos projectos.
Ora a “União pela Ribeira“, ao agregar na mesma lista, elementos das várias forças politicas, dá mais garantias de conseguir esses apoios para os projectos que apresentam.
Que vantagens tem tido a Ribeira, em manter-se fiel à ideologia, se as pessoas que a tem governado, não conseguem projectá-la para níveis de desenvolvimento mais evoluídos ?
Por outro lado, como não se trata de uma coligação, embora os opositores assim lhe queiram chamar, esta união, tem causado bastante embaraço ao poder instituído na Ribeira.
Quanto aos interesses que conseguem agregar na mesma lista pessoas de diferentes quadrantes políticos, não são mais do que a qualidade do projecto que lhes foi apresentado, bem como o sentimento comum de contribuir com o seu esforço, o seu saber e a sua influencia, junto dos responsáveis pelo poder, para que a sua terra e os seus conterrâneos conquistem aquilo que todos eles já deveriam possuir à vários anos.
A Ribeira, precisa de quem faça mais e melhor !
Para isso é preciso possuir capacidade e apoios para negociar essas obras junto dos responsáveis pelos organismos que as tutelam.
Apoio efectivo e permanente ás forças vivas da freguesia, como o AGRUPAMENTO DE ESCUTEIROS, ASSOCIAÇÃO DE PAIS ou ADERIR, entre outras.
Como prova disso, os membros da junta da união, já se comprometeram a oferecer as verbas a que tiverem direito nos primeiros três meses, para essas associações .
Por outro lado é urgente garantir a reedição da “TURQUIA“, bem como do DRAMA DE SANTO ANTÓNIO .
Os membros da união dão o exemplo, querendo servir a freguesia e não servir-se dela !
A Ribeira, necessita de uma junta, que olhe para todos da mesma maneira, que trate todos do mesmo modo, que dê a todos as mesmas oportunidades, enfim, a Ribeira precisa de uma junta verdadeiramente independente.
Na Ribeira, está a acontecer uma autentica lição de democracia e os Ribeirenses não devem deixar que se reduza a eleição para a assembleia de freguesia a uma questão meramente ideológica, ou a um mero jogo de interesses.
A nossa freguesia tem de unir esforços, para que chegue o momento de reconhecer o mérito e a excelência das suas gentes, orgulhando-se do seu passado, das suas tradições, encarando o futuro com arrojo e confiança.
Esta é a sua oportunidade de ouro, de ajudar a escrever uma nova página da história da Ribeira.
Não permita que outros a escrevam por si !
Tal como nos disse o papa João Paulo II, também eu vos lanço o mesmo desafio, “NÃO
TENHAIS MEDO“.

Domingos Morais
In Jornal Alto Minho de 23/09/2005

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