Temos o melhor presidente de câmara
A afirmação que serve de título a este texto poderia ter sido proferida porum autarca eleito nas listas do CDS/PP. Mas não, é da autoria do Presidente de Junta da Ribeira (JF), Aníbal Amorim, eleito pelo Partido Socialista.Desta forma, mudando uma vez mais de bandeira, posicionou-se para candidato à liderança da lista do CDS/PP à Assembleia de Freguesia da Ribeira.
A meio do mandato, a ausência de trabalho feito é notória aos olhos de todos. Com a incapacidade de apresentar projectos mobilizadores do apoio do município, procura por outras vias, obras de relevo, para as perfilhar em período eleitoral. Daniel Campelo conquistou a admiração e o apoio do presidente de junta, desvalorizando as críticas socialistas ao executivo camarário.
A propósito do Centro Educativo da Ribeira (CER) e no decorrer da última Assembleia de Freguesia afirmou: "temos o melhor presidente de câmara", “as melhores instalações”, “os melhores docentes” e “a melhor coordenação”. Neste rol de excelência fez questão de frisar “só não temos os melhores pais e alunos”.
Perante aquelas afirmações é de salientar alguns aspectos que deveriam fazer com que o presidente de junta tivesse outra consideração pelos encarregados de educação e pelas crianças. A junta de freguesia gere directamente a cantina e os transportes, serviços que tem merecido vários reparos. O mais flagrante quanto absurdo é que os pais estão obrigados a pagar as refeições dos seus filhos quando estes, por qualquer motivo faltam à escola, ou seja, pagam um serviço e refeições de que as crianças não usufruem. Por outro lado, se o pagamento da mensalidade não ocorrer de forma antecipada até dia 5 de cada mês, existe um agravamento de 20% para a totalidade das refeições, mesmo as que são pagas antecipadamente. A ementa, para além de não estar acessível no dia-a-dia aos pais, é com frequência desrespeitada. Os preços praticados situam-se entre os mais altos.
Apesar das diversas diligências efectuadas, desde o início do ano lectivo, para rever estas situações, a JF, escudada na passividade das entidades que tutelam o Centro Educativo da Ribeira, faz orelhas moucas, de modo que tudo se tem vindo a arrastar.
As receitas inscritas no relatório de gestão de 2006 da Junta de Freguesia são de 105.087,87€. Pode constatar-se que, sem incluir as recebidas do Instituto de Emprego para pessoal, 41.596,06€ tem origem no Centro Educativo, ou seja, 45%.
Ora, sendo esta a realidade, existe a convicção de que até prova em contrário e com elementos fidedignos, os pais dos alunos que frequentam o CER, onde se incluem naturalmente os da Boalhosa, Gemieira e Serdedelo, estão a financiar a Junta de Freguesia da Ribeira e deram o seu contributo para que o saldo negativo de 16.966,26€ apresentado no final de 2005 passasse a positivo no valor de 2.671,81€ no final de 2006. Confrontado com esta ideia afirmou existir prejuízo para a freguesia com a gestão da cantina e transportes, referindo que seria um beneficio se a abandonassem. Segundo informou, o custo real de cada refeição ascende a 2,20€ (sem IVA).
Ora, se tal corresponder à verdade, trata-se de admitir a própria ineficiência na gestão, já que outras entidades praticam valores substancialmente mais baixos, sem que a qualidade das refeições servidas esteja em causa ou a sua estabilidade financeira tenha sido afectada. Questionado sobre o prejuízo que afirmou ter tido em 2006, respondeu que a junta de freguesia não dispunha desses valores porque não era uma “mercearia”, usando ainda as expressões “a Junta de freguesia não entra em comboiinhos”, “não entra no comboio pela janela”, “não concerta posições contra as colunas” e “não entra em trapalhadas”. Instado a fazê-lo, foi incapaz de explicar o significado das suas próprias expressões. Daqui resulta que a situação é tanto lamentável quanto caricata. Afirma-se que existe prejuízo, que afinal não está devidamente estudado e contabilizado. Acresce ainda que, se assim fosse, estaria a financiar diariamente a alimentação e o transporte de todas as crianças, mesmo as que não residem na Ribeira, o que seria incomportável.
Para além disso, não deixa de ser relevante o facto de ser afirmado no mesmo relatório que o apoio social às famílias “se cifra em largas centenas de euros” mensalmente. A conta gerência não o reflecte e a sua atribuição, sem critérios, escondendo os beneficiários e respectivos montantes, constitui um processo pouco transparente que poderá estar a ser usado com fins meramente eleitoralistas.
Em face destas realidades, é útil, oportuno e necessário debater as questões relacionadas com o Centro Educativo da Ribeira que constituem a única actividade visível da junta, representa praticamente metade das receitas e ultrapassa claramente o investimento que se ficou em 31.061,54€, ou seja, um valor inferior a 30%.
Sérgio Araújo
Domingos Morais
Membros da Assembleia de Freguesia
A meio do mandato, a ausência de trabalho feito é notória aos olhos de todos. Com a incapacidade de apresentar projectos mobilizadores do apoio do município, procura por outras vias, obras de relevo, para as perfilhar em período eleitoral. Daniel Campelo conquistou a admiração e o apoio do presidente de junta, desvalorizando as críticas socialistas ao executivo camarário.
A propósito do Centro Educativo da Ribeira (CER) e no decorrer da última Assembleia de Freguesia afirmou: "temos o melhor presidente de câmara", “as melhores instalações”, “os melhores docentes” e “a melhor coordenação”. Neste rol de excelência fez questão de frisar “só não temos os melhores pais e alunos”.
Perante aquelas afirmações é de salientar alguns aspectos que deveriam fazer com que o presidente de junta tivesse outra consideração pelos encarregados de educação e pelas crianças. A junta de freguesia gere directamente a cantina e os transportes, serviços que tem merecido vários reparos. O mais flagrante quanto absurdo é que os pais estão obrigados a pagar as refeições dos seus filhos quando estes, por qualquer motivo faltam à escola, ou seja, pagam um serviço e refeições de que as crianças não usufruem. Por outro lado, se o pagamento da mensalidade não ocorrer de forma antecipada até dia 5 de cada mês, existe um agravamento de 20% para a totalidade das refeições, mesmo as que são pagas antecipadamente. A ementa, para além de não estar acessível no dia-a-dia aos pais, é com frequência desrespeitada. Os preços praticados situam-se entre os mais altos.
Apesar das diversas diligências efectuadas, desde o início do ano lectivo, para rever estas situações, a JF, escudada na passividade das entidades que tutelam o Centro Educativo da Ribeira, faz orelhas moucas, de modo que tudo se tem vindo a arrastar.
As receitas inscritas no relatório de gestão de 2006 da Junta de Freguesia são de 105.087,87€. Pode constatar-se que, sem incluir as recebidas do Instituto de Emprego para pessoal, 41.596,06€ tem origem no Centro Educativo, ou seja, 45%.
Ora, sendo esta a realidade, existe a convicção de que até prova em contrário e com elementos fidedignos, os pais dos alunos que frequentam o CER, onde se incluem naturalmente os da Boalhosa, Gemieira e Serdedelo, estão a financiar a Junta de Freguesia da Ribeira e deram o seu contributo para que o saldo negativo de 16.966,26€ apresentado no final de 2005 passasse a positivo no valor de 2.671,81€ no final de 2006. Confrontado com esta ideia afirmou existir prejuízo para a freguesia com a gestão da cantina e transportes, referindo que seria um beneficio se a abandonassem. Segundo informou, o custo real de cada refeição ascende a 2,20€ (sem IVA).
Ora, se tal corresponder à verdade, trata-se de admitir a própria ineficiência na gestão, já que outras entidades praticam valores substancialmente mais baixos, sem que a qualidade das refeições servidas esteja em causa ou a sua estabilidade financeira tenha sido afectada. Questionado sobre o prejuízo que afirmou ter tido em 2006, respondeu que a junta de freguesia não dispunha desses valores porque não era uma “mercearia”, usando ainda as expressões “a Junta de freguesia não entra em comboiinhos”, “não entra no comboio pela janela”, “não concerta posições contra as colunas” e “não entra em trapalhadas”. Instado a fazê-lo, foi incapaz de explicar o significado das suas próprias expressões. Daqui resulta que a situação é tanto lamentável quanto caricata. Afirma-se que existe prejuízo, que afinal não está devidamente estudado e contabilizado. Acresce ainda que, se assim fosse, estaria a financiar diariamente a alimentação e o transporte de todas as crianças, mesmo as que não residem na Ribeira, o que seria incomportável.
Para além disso, não deixa de ser relevante o facto de ser afirmado no mesmo relatório que o apoio social às famílias “se cifra em largas centenas de euros” mensalmente. A conta gerência não o reflecte e a sua atribuição, sem critérios, escondendo os beneficiários e respectivos montantes, constitui um processo pouco transparente que poderá estar a ser usado com fins meramente eleitoralistas.
Em face destas realidades, é útil, oportuno e necessário debater as questões relacionadas com o Centro Educativo da Ribeira que constituem a única actividade visível da junta, representa praticamente metade das receitas e ultrapassa claramente o investimento que se ficou em 31.061,54€, ou seja, um valor inferior a 30%.
Sérgio Araújo
Domingos Morais
Membros da Assembleia de Freguesia
Publicado no Jornal Alto Minho nº 632 de 18/05/2007
Publicado no Jornal Cardeal Saraiva nº 4185 de 25/05/2007
Etiquetas: Artigos de opinião, CER
1 Comments:
Não me admiro, que o sr Amorim tenha feito essas afirmações,pois elas refletem o que realmente sente.
Não estarão esquecidos que ele já pertenceu ás listas do CDS em Ponte de Lima, nunca foi socialista e a prova evidente é o seu comportamento político.
O socialismo é só fachada.
Enviar um comentário
<< Home